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    História

    A ASPACO E SUA IMPORTÂNCIA NA OVINOCULTURA PAULISTA

    “De acordo com a ata de fundação, lavrada em 10 de março de 1.960, fica constituída como sociedade civil a Associação Paulista de Ovinocultores”. Este é o artigo primeiro do estatuto da entidade que representa o grupo de criadores de ovinos no Estado de São Paulo, que surgiu na década de 60.

    Na verdade a história da ovinocultura paulista se confunde com a história da ASPACO. Quando Aluísio Foz presidiu o primeiro mandato da Associação Paulista de Ovinocultura, com sede no Parque da Água Branca, iniciou-se um pequeno trabalho de estímulo à criação de ovinos e de informações aos pequenos criadores, mesmo com a inexpressiva importância da atividade no cenário rural.

    Em 24 de março de 1964 a associação passou a ser chamada de Associação Paulista de Criadores de Ovinos – ASPACO, com estatuto social registrado em cartório.

    De 1964 a 1970, graças aos esforços da Secretaria da Agricultura, a entidade foi mais atuante. Além dos serviços de orientação prestados pelo Instituto de Zootecnia de Itapetininga, o Governo do Estado disponibilizou equipamentos que foram utilizados na tosquia anual dos rebanhos. A lã, estocada no Parque da Água Branca, era classificada e comercializada, oferecendo modesta, mas significativa receita aos produtores.

    Nos anos 70 a ovinocultura paulista ficou marcada por um longo período de estagnação, aliada, principalmente, às mudanças nas diretrizes de trabalho da Secretaria da Agricultura, até que um seleto grupo de apaixonados pela atividade resolveu reativar a ASPACO em 1984.

    Liderado pelo Prof. Edson Ramos de Siqueira, Eng. Agrônomo do Departamento de Produção Animal da FMVZ – UNESP/Botucatu, e seu aluno do curso de Zootecnia, Francisco Manoel Nogueira Fernandes, o grupo, formado basicamente por produtores da região de Botucatu e São Manuel (interior de São Paulo, distando cerca de 270 km da capital), se conscientizou de que deveria ser lançada uma ovinocultura moderna e eficiente tornando-se, assim, opção de importância econômica à classe produtora rural.

    Para tanto, era preciso surgir uma estrutura que garantisse a comercialização dos produtos ovinos. A ASPACO, presidida pelo pesquisador do Instituto de Zootecnia, José Orlando Prucolli, não podia assumir tal responsabilidade como entidade promocional. Foi quando Prof. Edson e Francisco Fernandes, em visita à CAFENOEL – Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de São Manuel, sugeriram que ela, através de um Departamento de Ovinocultura, prestasse serviços aos ovinocultores da região.

    A ideia foi aceita e até criadores fora do Estado de São Paulo utilizaram-se da tosquia, armazenamento, classificação e comercialização da lã e, posteriormente, comercialização de carne ovina, além, da oferta de insumos e da aquisição de matrizes e reprodutores sob encomenda.

    Em 1986, Francisco Fernandes assume a presidência da associação e Edson Siqueira a diretoria técnica. Neste momento um escritório operacional foi instalado nas dependências da CAFENOEL, levando posteriormente à desativação da sala no Parque da Água Branca, na capital paulista. De fundamental importância, também, foi a criação de um corpo técnico, tanto da APACO quanto da cooperativa, que sob o comando do Prof. Siqueira passou a dar as diretrizes para a ovinocultura empresarial.

    Ainda no primeiro mandato de Francisco Fernandes, dois episódios marcaram a história da ASPACO: o reconhecimento pelo Ministério da Agricultura e a criação da EXPOVELHA. Com o reconhecimento acima citado, a ASPACO, sob o comando da ARCO – Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, fica autorizada, através de seus inspetores técnicos, a realizar as inspeções e controles do Serviço de Registro Genealógico de Ovinos – S.R.G.O. em São Paulo.

    A necessidade de se criar um evento que congregasse os ovinocultores, promovendo a troca de informações, a demonstração de novas tecnologias, o comércio de animais e insumos, e a disputa saudável que avalia os melhores de cada raça, fez a ASPACO criar a EXPOVELHA – Feira e Exposição de Ovinos no Estado de São Paulo em 1988. Durante muitos anos, esta foi uma das únicas exposições específicas de ovinos no país. De 1988 a 1995 foi realizada no pátio da CAFENOEL, na cidade de São Manuel. De 1996 até hoje, graças à parceria com a Associação Rural de Lençóis Paulista, a EXPOVELHA é realizada no recinto “José de Oliveira Prado”, em Lençóis Paulista.

    Francisco Fernandes dirigiu a ASPACO até 1991, e de 1995 a 2002. Paulo Pellicci presidiu de 1992 a 1994 e Luiz Henrique Fernandes nos anos de 2003 e 2004. Em 2004, em função do afastamento de Luiz Henrique, o Vice-Presidente Arnaldo dos Santos Vieira Filho assume o comando da associação até os dias atuais; implantou e preside, também, a Câmara Setorial Estadual de Caprinos e Ovinos, faz parte da Câmara Nacional do setor e ocupa a 2ª Vice-Presidência da ARCO.

    Desde a sua formação e, principalmente, depois de sua reativação em 1984, a ASPACO tem participado de projetos e programas com o intuito de valorizar a produção, melhorar a renda proveniente da atividade, escoar a produção e atender os elos da cadeia para que ela se organize. Podemos citar como exemplos destas ações os programas “Lã Seleta” e de “Classificação de Carcaças” desenvolvidos nos anos 80 em parceria com a FMVZ-UNESP/Botucatu e CAFENOEL. Em 2.005, uma parceria com o SENAR criou o Programa de Capacitação na Ovinocultura, para formação e treinamento da mão-de-obra.

    Uma das iniciativas mais importantes realizadas pela ASPACO e vários parceiros se relaciona aos concursos de carcaças e Campeonato Cordeiro Paulista. Se baseando no desempenho dos cordeiros em confinamento e na avaliação posterior de suas carcaças, este torneio se tornou referência no estímulo aos produtores comerciais.

    Lutar por melhores condições para aumentar e garantir a produção, também, é meta da ASPACO. Implantado com grande sucesso, os programas de expansão da ovinocultura, contando com linhas de crédito do Governo Estadual aos pequenos e médios produtores, tiveram participação ativa da associação. O primeiro programa desta linha contou com o FEAP, Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, que, além de gerar recursos para o aumento dos rebanhos ovinos, disponibilizou recursos para a construção do entreposto de carne ovina da ASPACO na cidade de São Manuel, em parceria com a Prefeitura local. Atualmente a associação está sediada neste prédio.

    Os trabalhos realizados pela ASPACO na ovinocultura paulista, muitos deles pioneiros, são reconhecidos em todo o país. A sincronia de suas ações com as de outras instituições, como centros de pesquisa, universidades, indústria e comércio exemplificam que a atividade depende de vários segmentos, onde cada um cumpre o seu propósito. O da ASPACO, “FOMENTAR A ATIVIDADE DE OVINOCULTURA NO ESTADO DE SÃO PAULO SENDO UM AGENTE FUNDAMENTAL NA CADEIA PRODUTIVA” tem sido seguido fielmente.